Anna Cleveland fotografada por Gil Inoue na praia de Ipanema (Foto: Gil Inoue)
Produtos e fórmulas ocean-friendly movimentam o mercado de beleza
Produtos
ocean-friendly e fórmulas que apostam em extratos marinhos movimentam o mercado
de beleza
Se o horizonte dos produtos sustentáveis é vasto, necessário e agrada consumidores conscientes, a maré do eco-friendly deságua agora no mar. No mercado de beauté, uma nova onda de marcas busca no oceano a solução para a redução do impacto ambiental negativo. “Cresci em frente ao mar e sempre tive a impressão de me sentir melhor na praia. O que eu não sabia era que uma mudança profunda realmente acontece quando estamos perto da água”, diz a americana Marcella Cacci, ex-presidente da Burberry Beauty e idealizadora da recém-lançada One Ocean Beauty. Depois de ler o livro Blue Mind, de Wallace J. Nichols (que explica a mudança neurológica e fisiológica do organismo quando ele está perto do oceano), ela resolveu transformar seu interesse em negócio.
Para proteger a flora e a fauna marinhas, os ingredientes ativos dos produtos da One Ocean Beauty, que tem a Oceana (organização global de conservação marinha criada em 2011) como parceira, são replicados em laboratório. “Estudamos diversas algas de diferentes partes do mundo – uma que apresenta excelentes propriedades de proteção contra os raios UV encontrada no Japão, outra que garante a hidratação, mesmo em temperaturas severas, originária do oceano Antártico - e as reproduzimos em laboratório por meio da biotecnologia azul, para evitar a exaustão de recursos naturais”, explica Marcella, que também eliminou dos produtos substâncias tóxicas normalmente encontradas em cosméticos, como OGMs, parabenos, sulfatos, ftalatos, polietilenoglicol, nanopartículas, óleos minerais e fragrâncias sintéticas. Adicione polietileno, polipropileno, polietileno tereftalato, os três nocivos às águas e aos peixes, e você tem uma boa lista de ingredientes a evitar na hora de analisar o rótulo do produto no nécessaire.
Uma série de medidas legais dá voz ao processo. Proibição das microesferas plásticas onipresentes nos esfoliantes (liderada pelo Rio de Janeiro, primeiro estado brasileiro a aprovar a lei, a exemplo de países como Estados Unidos, França, Canadá e Suíça). Há também o alerta sobre o impacto dos protetores solares na água (25 mil toneladas de produtos anti-UV espalhados no mar a cada ano, o que levou o Havaí, por exemplo, a banir o uso de filtros com determinadas substâncias nocivas aos corais de recifes).
Na biodiversidade dos oceanos há uma real ameaça: segundo um estudo publicado pela revista americana Science, em fevereiro, menos de 4% dos oceanos ainda não foram afetados pela atividade humana. “Os oceanos são vastos, mas não são imunes à influência humana. Nós já alteramos ou destruímos ecossistemas marinhos e levamos espécies milenares à beira da extinção”, explica Matt Littlejohn, vice-presidente sênior de comunicação da Oceana. “Quanto mais os consumidores se envolvereme se preocuparem com a conservação dos oceanos – e com o impacto dos produtos que eles compram – , mais as empresas serão incentivadas a irem além”, completa ele.
Um bom exemplo é o programa Skin Protect Ocean Respect, da Avène, que associa a preocupação com a proteção UVB/UVA ideal, minimizando o impacto no meio ambiente. “Atualmente, os produtos solares são, ao mesmo tempo, um assunto de saúde pública e de preocupação ambiental”, diz Alexandre Couttet, gerente da Eau Thermale Avène International, que eliminou o uso de silicones e filtros hidrossolúveis que se misturam na água e limitou a quantidade de filtros tanto em número quanto em concentração, sem impacto no índice de proteção da pele. A Avène firmou também uma parceria como Pur Project, que ajuda a regenerar os recifes de coral e proteger o sistema ecomarinho na Indonésia. Se o cuidado ajuda na preservação do meio ambiente, agrega também valor positivo às marcas que se engajam. Boa onda para todos!
MERGULHO PROFUNDO
Um arsenal de produtos eco-friendly e à base de ativos marinhos
Um arsenal de produtos eco-friendly e à base de ativos marinhos
RECICLAR É PRECISO
A inglesa REN buscou no oceano atlântico dois ingredientes bioativos: uma alga que estimula a vitalidade da pele e um extrato de plâncton que a protege para formular o body wash energizante (€ 24). Sua nova embalagem é 100% reciclável e produzida a partir do plástico encontrado nos oceanos
A inglesa REN buscou no oceano atlântico dois ingredientes bioativos: uma alga que estimula a vitalidade da pele e um extrato de plâncton que a protege para formular o body wash energizante (€ 24). Sua nova embalagem é 100% reciclável e produzida a partir do plástico encontrado nos oceanos
LIMPEZA POWER
O micro-organismo marinho ativo da fórmula do Purifying Ocean Mist Cleanser (US$ 38), da One Ocean Beauty, limpa profundamente a pele e ajuda a reduzir os danos do estresse oxidativo e da inflamação
O micro-organismo marinho ativo da fórmula do Purifying Ocean Mist Cleanser (US$ 38), da One Ocean Beauty, limpa profundamente a pele e ajuda a reduzir os danos do estresse oxidativo e da inflamação
SOL SEM CULPA
Com filtros hidrossolúveis e sem silicone, a fórmula do Filtro solar Mat Perfect FPS 60 (R$ 70), da Avène, é não biotóxica. O produto é rico em vitaminas C e e, aumentando a proteção celular contra os radicais livres
Com filtros hidrossolúveis e sem silicone, a fórmula do Filtro solar Mat Perfect FPS 60 (R$ 70), da Avène, é não biotóxica. O produto é rico em vitaminas C e e, aumentando a proteção celular contra os radicais livres
Rica em vitaminas e polissacarídeos, a alga presente na máscara Algas Marinhas e Argila Ionizada (R$ 94) é colhida por uma cooperativa de uma baía do sul da Irlanda
Fonte:https://vogue.globo.com/beleza/noticia/2018/11/produtos-e-formulas-ocean-friendly-movimentam-o-mercado-de-beleza.html
10 marcas
eco-friendly que você precisa conhecer
De Insecta
Shoes a Reformation, veja uma lista com algumas das grifes mais engajadas
quando o assunto é sustentabilidade
O couro de pirarucu, que seria jogado fora depois do peixe servir como alimento, ganha novas formas em bolsas. Frutos e raízes se transformam em tintas, jeans que são apenas amaciados em lavandeiras ecologicamente corretas... No Dia Mundial do Meio Ambiente (05.06), Vogue mostra dez marcas com a pegada eco-friendly para você conhecer já - e viver uma vida cada dia mais sustentável.
2. Gioconda Clothing
Inspirada nas lingeries à moda antiga, a grife aposta nas fibras naturais, como o algodão orgânico, e todas as peças feitas artesanalmente em edição limitada. Os saquinhos para a calcinha são feitos a partir dos retalhos de tecido - e mais: a grife abrange uma extensa grade de tamanhos, comprometendo-se a vestir todas as mulheres.
Inspirada nas lingeries à moda antiga, a grife aposta nas fibras naturais, como o algodão orgânico, e todas as peças feitas artesanalmente em edição limitada. Os saquinhos para a calcinha são feitos a partir dos retalhos de tecido - e mais: a grife abrange uma extensa grade de tamanhos, comprometendo-se a vestir todas as mulheres.
1. Insecta Shoes
Feitos no Rio Grande do Sul, os sapatos da Insecta Shoes são veganos e sustentáveis, confeccionados a partir de roupas usadas, algodão reciclável e de garrafas de plásticas recicláveis. A marca faturou o prêmio Ecoera em 2015.
3. Flavia Aranha
Com ateliê na Vila Madalena, em São Paulo, a marca é famosa pelas suas técnicas sustentáveis em tingimento de tecido, em que a estilista usa corantes naturais de origem renovável, como cascas de árvore, frutos, folhas e raízes. 50% de dos materiais utilizados nas coleções são orgânicos (algodões, sedas e lãs são os mais frequentes), e sua estética e minimalista e pra lá de cool.
Com ateliê na Vila Madalena, em São Paulo, a marca é famosa pelas suas técnicas sustentáveis em tingimento de tecido, em que a estilista usa corantes naturais de origem renovável, como cascas de árvore, frutos, folhas e raízes. 50% de dos materiais utilizados nas coleções são orgânicos (algodões, sedas e lãs são os mais frequentes), e sua estética e minimalista e pra lá de cool.
4. Reserva / Eva
A vida de ciclo dos produtos é importante para Rony Meisler, fundador da Reserva - que conta também com as marcas Eva e Reserva Mini. Em parceria com a Rhodia, o grupo desenvoleu um tecido experimental que se decompõe em três anos; já o projeto Ecomoda leva aulas de costura e modelagem para o morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, com roupas que seriam incineradas. A marca também já venceu o Prêmio Ecoera, em 2015.
A vida de ciclo dos produtos é importante para Rony Meisler, fundador da Reserva - que conta também com as marcas Eva e Reserva Mini. Em parceria com a Rhodia, o grupo desenvoleu um tecido experimental que se decompõe em três anos; já o projeto Ecomoda leva aulas de costura e modelagem para o morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, com roupas que seriam incineradas. A marca também já venceu o Prêmio Ecoera, em 2015.
5. Osklen
É difícil falar de moda eco-friendly sem citar a Osklen - mesmo sendo uma marca já consolidadíssima no mercado nacional e internacional, a grife, criada em 1989 por Oskar Metsavaht, foi pioneira quando se trata de moda sustentável no Brasil, tendo abraçado a causa ainda na década de 90. Couro de pirarucu, seda orgânica tingida com corantes naturais, tecidos recicláveis, algodão orgânico, PET reciclado e eco-juta são alguns dos materiais usados pela label.
É difícil falar de moda eco-friendly sem citar a Osklen - mesmo sendo uma marca já consolidadíssima no mercado nacional e internacional, a grife, criada em 1989 por Oskar Metsavaht, foi pioneira quando se trata de moda sustentável no Brasil, tendo abraçado a causa ainda na década de 90. Couro de pirarucu, seda orgânica tingida com corantes naturais, tecidos recicláveis, algodão orgânico, PET reciclado e eco-juta são alguns dos materiais usados pela label.
6. Vert Shoes
Fundada em 2003 pelos franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp, a marca produz alguns dos sneakers mais cool do mercado - e o melhor: com diversos modelos 100% veganos. Entre as matérias-primas de seus tênis estão o algodão orgânico (cultivado pelas cerca de 700 famílias que vivem da agricultura orgânica no semiárido nordestino), couro curtido com tanino vegeral e borracha nativa da Floresta Amazônica.
Fundada em 2003 pelos franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp, a marca produz alguns dos sneakers mais cool do mercado - e o melhor: com diversos modelos 100% veganos. Entre as matérias-primas de seus tênis estão o algodão orgânico (cultivado pelas cerca de 700 famílias que vivem da agricultura orgânica no semiárido nordestino), couro curtido com tanino vegeral e borracha nativa da Floresta Amazônica.
7. Yes I am Jeans
Jeans eco-friendly, cheio de informação de moda e 100% feito no Brasil: assim é a Yes I Am Jeans, cuja fabricação acontece em fábricas de São Paulo e Minas Gerais com o mínimo de produtos químicos. Sua cartela neutra de cores faz uso de lavanderias que não agridem o meio ambiente, com estação de tratamento de água seguindo as leis ambientais.
Jeans eco-friendly, cheio de informação de moda e 100% feito no Brasil: assim é a Yes I Am Jeans, cuja fabricação acontece em fábricas de São Paulo e Minas Gerais com o mínimo de produtos químicos. Sua cartela neutra de cores faz uso de lavanderias que não agridem o meio ambiente, com estação de tratamento de água seguindo as leis ambientais.
8. Coletivo de Dois
Com pegada anos 1980, Hugor Mor e Daniel Barranco produzem peças únicas pensadas no cenário sustentável. Até a sacolas da marca são eco-friendly, feitas de papel kratf reutilizado das modelagens da marca.
Com pegada anos 1980, Hugor Mor e Daniel Barranco produzem peças únicas pensadas no cenário sustentável. Até a sacolas da marca são eco-friendly, feitas de papel kratf reutilizado das modelagens da marca.
9. Reformation
Além de ter clientes fiéis como Bella Hadid, Emily Ratajkowski, Karlie Kloss e Taylor Swift (para citar algumas), a californiana Reformation é famosa pelas suas roupas ultra cool e femininas - de quebra, é uma das marcas mais eco-friendly do oeste dos Estados Unidos. Suas roupas são produzidas a partir de tecidos sustentáveis, reciclados e até mesmo roupas vintage. Suas fábricas utilizam apenas energia eólica e 75% do lixo gerado é reciclado - "nosso objetivo é chegar nos 85%", diz Yael Aflalo, fundadora da label.
Além de ter clientes fiéis como Bella Hadid, Emily Ratajkowski, Karlie Kloss e Taylor Swift (para citar algumas), a californiana Reformation é famosa pelas suas roupas ultra cool e femininas - de quebra, é uma das marcas mais eco-friendly do oeste dos Estados Unidos. Suas roupas são produzidas a partir de tecidos sustentáveis, reciclados e até mesmo roupas vintage. Suas fábricas utilizam apenas energia eólica e 75% do lixo gerado é reciclado - "nosso objetivo é chegar nos 85%", diz Yael Aflalo, fundadora da label.
10. Studio Drê Magalhães
Expert em bijoux e acessórios de perfume rústico e artsy, Andreza Magalhães utiliza materiais como corda com miolo 100% biodegradável, algodão, malha, borracha e resina. Tudo em edição limitadíssima e feito a mão.
Expert em bijoux e acessórios de perfume rústico e artsy, Andreza Magalhães utiliza materiais como corda com miolo 100% biodegradável, algodão, malha, borracha e resina. Tudo em edição limitadíssima e feito a mão.
Fonte:https://vogue.globo.com/moda/moda-news/noticia/2017/06/10-marcas-eco-friendly-que-voce-precisa-conhecer.html
EcoEra: as grifes e ações
eco-friendly nas semanas de moda internacionais
Nosso colunista Chiara Gadaleta fala sobre as grifes e ações
sustentáveis que movimentam as fashion weeks internacionais
16/02/2018 - 14h14 - Atualizado
14h26 por CHIARA GADALETA
As semanas de moda sempre foram oportunidades perfeitas para marcas e estilistas interessados em anunciar mudanças, apontar novas direções, chamar a atenção da imprensa e demarcar território.
Na era pré-internet tudo acontecia nas salas de desfiles, para poucos, e no caso das fashion weeks internacionais, apenas no eixo NY-Milão-Paris-Londres. No entanto o mundo mudou e atualmente o pessoas ao redor do globo podem acompanhar qualquer movimento fashion pelos perfis preferidos das mídias sociais. Embaladas pela temporada internacial, grifes aproveitaram o momento para explorar ações eco-friendly.
Recentemente as vitrines da loja Harrods, um dos endereços mais famosos do consumo mundial, foi invadida por montanhas de roupas usadas. A ideia, capitaneada por Demna Gvasalia, da Vetement nasceu com o objetivo de provocar questionamento sobre o consumo desenfreado e o excesso de produção na indústria da moda. A vitrine/instalação contou com a doação de clientes e turistas que depositaram suas roupas em caixas de coleta na loja de departamento.
Ainda em Londres, no próximo dia 19, o palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II receberá um time de estilistas e marcas engajadas. A iniciativa é da ativista Livia Firth em parceria com a o Commonwealth Fashion Council, o British Fashion Council aliados à Swarovski, The Woolmark Company e Matchesfashion.com.
Não é a primeira vez que a realeza abre espaço para incentivar práticas mais verdes. Em 2010 o Príncipe Charles compartilhou os jardins privados de Clarence House para um festival eco-friendly que contou com nomes como Vivienne Westwood e uma programação de desfiles e exposições.
A próxima parada é a Semana de Moda de Paris. Acompanhe aqui na coluna EcoEra mais iniciativas de impacto positivo mostrando que a moda pode e deve ser um agente questionador e de transformação social e ambiental.
Fonte:https://vogue.globo.com/EcoEra-Chiara-Gadaleta/noticia/2018/02/ecoera-grifes-e-acoes-eco-friendly-nas-semanas-de-moda-internacionais.html
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